Teste genético facilita a identificação de intolerância à lactose

Condição caracterizada pela dificuldade de digerir o açúcar do leite pode ser detectada somente com a coleta da saliva
Os avanços na área da genética têm proporcionado soluções inovadoras para a saúde, e um exemplo disso é o teste genético para identificação de intolerância à lactose, uma alteração caracterizada pela incapacidade de digerir o açúcar presente no leite e seus derivados.

Segundo o jornal da Universidade de São Paulo (USP), mais da metade dos brasileiros possuem genes que podem causar intolerância à lactose. Entretanto, poucas pessoas têm acesso a esse tipo de informação.

Especialistas explicam que o exame de teste genético analisa diferentes genes presentes no DNA de uma pessoa, inclusive o responsável pela regulação da produção da lactase. Por isso, com apenas algumas amostras de saliva, o teste consegue detectar a intolerância à lactose de uma pessoa.

Em alguns casos, a condição vem acompanhada de sintomas que impactam a qualidade de vida. Com a realização do teste, especialistas apontam que o diagnóstico se torna mais rápido e prático, acompanhado de um tratamento que ajuda a minimizar os problemas causados pela intolerância.

Além disso, com o resultado do exame, os indivíduos podem adotar outras estratégias, como ajustes na dieta e inclusão de suplementação de zinco, trio magnésio dimalato, vitaminas e creatina, por exemplo.

Intolerância à lactose apresenta graus

O Ministério da Saúde descreve a intolerância à lactose como uma incapacidade de digerir a lactose, o açúcar dos produtos lácteos. Essa condição é resultado da deficiência ou ausência de uma enzima intestinal chamada lactase. É ela a responsável por decompor o açúcar do leite em carboidratos mais simples, permitindo sua melhor absorção pelo organismo.

A intolerância não é a mesma coisa que alergia à lactose. A alergia, conforme explica o Ministério da Saúde, é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de leite ou derivados.

É importante destacar que a intolerância à lactose apresenta graus que podem ser leve, moderado e severo, e, por isso, algumas pessoas podem ter mais dificuldade para identificar o problema.

Segundo informações da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), o intolerante leve é aquele que tem pouca deficiência de lactase, o moderado apresenta uma deficiência considerável dessa enzima e o severo tem pouca ou quase nenhuma produção dessa enzima pelo intestino. Por isso, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são náuseas, dores abdominais, diarreias ácidas, gases e desconforto.

Como os testes genéticos identificam a intolerância à lactose

A nutricionista Andreia Torres explica que, para identificar a intolerância à lactose, além da avaliação de fatores de risco, sinais e sintomas, podem ser realizados testes genéticos. O exame analisa o DNA do paciente e detecta a presença dos genes que podem causar a condição caracterizada pela dificuldade de digestão do açúcar do leite.

Conforme explica a empresa especializada em testes genéticos, Ocean Drop, para fazer esse tipo de teste é necessária apenas uma pequena amostra de saliva do paciente. O material coletado é enviado para o laboratório, onde é analisado o gene chamado MCM6, responsável pela produção das enzimas que processam a lactose no organismo.

Após a análise, o teste genético é capaz de constatar se o indivíduo tem ou não intolerância à lactose. A empresa destaca que, para fazer esse tipo de exame, o paciente não precisa ingerir lactose pura para detectar a condição. Nos testes sanguíneos, a ingestão é necessária para realizar a investigação, e alguns pacientes podem sentir desconfortos.

Ainda de acordo com a Ocean Drop, os testes genéticos também trazem outras informações importantes para o paciente. Aspectos como predisposições para doenças, deficiência na produção de nutrientes e até questões de ancestralidade também podem ser identificados pela coleta de saliva nos testes genéticos.

Por isso, com o resultado dos exames, é possível pensar em novas estratégias relacionadas à alimentação, principalmente para aqueles que desejam suprir a falta de certos nutrientes no organismo.

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