Do Bicho Limpinho ao Airbnb: Rafael Faria se reinventa no turismo com propósito

Rio de Janeiro – Por 25 anos, Rafael Faria foi um dos nomes mais conhecidos do mercado pet no Rio de Janeiro. Fundador do Bicho Limpinho, ele começou com apenas R$ 600 e um espaço de 4,5 m² em Santa Cruz, ao lado da irmã. O negócio cresceu, tornou-se referência em atendimento personalizado e chegou a atender 200 cães por semana, com uma equipe de 20 funcionários e uma escola de banho e tosa que formou mais de mil profissionais.

Mas, em 2022, Rafael decidiu mudar de rota. Inspirado pelos princípios e ensinamentos da Maçonaria, apostou na hospitalidade como novo caminho profissional. Hoje, administra 35 apartamentos no Airbnb, todos localizados no Centro do Rio, região em plena revitalização urbana e cultural. O foco é oferecer experiências memoráveis para viajantes e, ao mesmo tempo, contribuir para o fortalecimento do comércio local.

“Ser maçom me trouxe uma visão de mundo mais ampla, baseada em valores sólidos, disciplina e fraternidade. Isso foi essencial para entender que eu ainda tinha muito a realizar, mesmo após uma carreira consolidada no mercado pet”, afirma.

Na nova fase, Rafael aplica ao turismo o mesmo cuidado que sempre dedicou ao universo pet: atenção aos detalhes, relacionamento próximo com o cliente e busca pela excelência. 

A seguir, em entrevista exclusiva, ele fala sobre sua trajetória, desafios e aprendizados.

Entrevista com Rafael Faria

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: Rafael, como tudo começou?

Rafael Faria: Começou pequeno… literalmente. Eu tinha R$ 600 no bolso e um espaço de 4,5 metros quadrados, em Santa Cruz, no Rio. Era só eu e minha irmã. Atendíamos um cão de cada vez e fazíamos de tudo para entregar o melhor serviço possível.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: E como foi o salto de um espaço tão pequeno para um negócio consolidado?

Rafael Faria: Foi um crescimento de muita persistência e reinvestimento. Aos poucos, passamos para um espaço de 300 m², chegamos a 200 cães atendidos por semana e 20 funcionários. O segredo foi qualidade, confiança e proximidade com o cliente — o tutor sentia que o pet estava em casa.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: Você também investiu na educação de outros profissionais, certo?

Rafael Faria: Sim. Eu via muita gente com talento, mas sem técnica. Então criei uma escola de banho e tosa, com cursos de oito semanas, certificação e práticas avançadas. Mais de mil alunos se formaram ali. Muitos abriram seus próprios negócios depois.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: E como surgiu o lado social do seu trabalho?

Rafael Faria: Sempre achei que um negócio deve servir também à comunidade. Fiz parcerias com a SUIPA, como a campanha “Alimente um focinho carente”, onde o cliente trazia ração e ganhava banho para o pet. Nessa ação, conseguimos arrecadar mais de 10 toneladas de alimento para os cãezinhos da instituição, um marco que se tornou uma das maiores arrecadações da história da SUIPA.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: O que motivou sua mudança para o setor de hospitalidade?

Rafael Faria: Depois de 25 anos no ramo pet, senti que era hora de um novo desafio. O Centro do Rio estava passando por revitalização, e percebi uma oportunidade de unir turismo e acolhimento. Hoje administro 35 apartamentos no Airbnb, oferecendo experiências para viajantes e ajudando a movimentar o comércio local.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: Essa mudança não foi um risco?

Rafael Faria: Foi, mas eu aprendi na Maçonaria que coragem e disciplina andam juntas. Quando se tem valores sólidos, é possível recomeçar do zero e ainda se superar.

Jornalista Daiane de Souza | 0007147/SC: O que você diria para quem quer empreender hoje?

Rafael Faria: Comece com o que você tem. Foque em qualidade, construa relacionamento com o cliente e não tenha medo de mudar de rota quando for preciso. O sucesso vem de trabalho constante e adaptação.

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