Tratamento com tecnologia de ponta acelera resultados no enfrentamento à aversão alimentar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Em poucas sessões, menino de 4 anos, que não comia frutas há 20 meses, experimentou maçã, suco de laranja e provou o sumo de abacaxi; terapia usa Parque Multidisciplinar iUP6D que simula chuva, vento, emite sons, projeta vídeos e aromas acionados remotamente por tablets, via IoT em rede wi-fi dedicada

Nicolas, hoje com 4 anos, nasceu prematuro, com 29 semanas. Estranhamente, a partir de 1,5 ano, deixou de comer, reduzindo drasticamente a quantidade de alimentos que aceita ingerir. É capaz de ficar mais de doze horas sem se alimentar e, ainda que esteja com muita fome, rejeita a maioria dos alimentos que lhe são oferecidos.

Para surpresa dos pais, o menino foi diagnosticado com autismo de grau 1, ou seja, uma condição leve, quando não há o comprometimento da fala ou do intelecto. No entanto, os desafios diários pelos quais ele e seus pais passam, exigem de todos os envolvidos em seu cuidado um esforço descomunal para que ele supere sua profunda aversão pelo toque, cheiro, textura e gosto dos alimentos.

A severa seletividade alimentar de Nicolas o limita a uma nutrição à base de mingau, queijo muçarela, suco de uva e alguns tipos de chocolate que não tenham qualquer recheio ou crocância. Segundo a mãe, Janaina Pereira de Almeida, Nicolas praticamente não se alimenta de proteínas. “Nem sempre foi assim”, recorda-se. “Quando ele era bebê, comia de tudo. Mas foi perdendo a capacidade de aceitar alimentos”, explica ela.

Alimentação restrita

A rotina do menino exclui alimentos geralmente amados pela garotada: não há hamburguer, bolacha, macarrão. “Ele aceita apenas um tipo de iogurte de morango que tem um bichinho desenhado na embalagem. E tem que ser daquela marca, pois ele percebe a diferença no gosto”, conta Janaina. No caso de pão, Nicolas só aceita os absolutamente homogêneos, sem qualquer vestígio de bordas tostadas.

“Estávamos desesperados”, conta Janaina. “Sei o quanto está com fome. Mas ele não aceita comer”, diz com angústia a mãe. Um tratamento de psicoterapia foi iniciado, duas vezes por semana, com sessões de 50 minutos, em conjunto com sessões de fonoaudiologia, para se investigar se haveria algum problema adicional na região da boca ou na garganta.

Nessa trajetória, Nicolas foi encaminhado à Clínica Maria Leonor, na cidade em que mora, em Santana/Amapá, na qual há uma unidade da iUP6D, um parque interativo, com tecnologia de ponta, voltado à educação e terapias de crianças com transtorno de neurodesenvolvimento para apoiar o seu aprendizado. “Amamos o ambiente já de cara”, diz Janaina. 

Estímulos múltiplos e lúdicos

Em um espaço de cerca de 30 metros quadrados são reunidos recursos como simuladores de vento e chuva, com o acionamento de jatos de spray de água e ar, difusores de essências olfativas, colunas de bolhas iluminadas, piscina de bolinhas iluminadas, feixe de fibras ópticas terapêuticas, equipamento para emissão de bolhas de sabão, entre outros, bem como softwares de produção de filmes sensoriais e para testes cognitivos. A sala interage com as crianças, à medida em que se movimentam e brincam, acionando vários dispositivos lúdicos.

Por trás das brincadeiras, softwares de produção de filmes sensoriais criam novos ambientes, conforme a necessidade de cada criança. Acionados por tablets e tecnologia IoT, os equipamentos dos Parques Multidisciplinares iUP6D são conectados a um servidor por meio de uma rede dedicada wi-fi. O projeto é fruto da consultoria de especialistas em várias áreas – da pedagogia, fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia, à neuropsicologia e à medicina.

A primeira fruta em apenas 3 sessões

O início dos trabalhos com Nicolas deu-se no começo de dezembro passado. Em todas as sessões foram levadas frutas – laranjas, bananas, maçãs, abacaxis e uva. A música e imagens do vídeo do Clube da Anittinha, com o tema de uma salada de frutas, são projetados na tela. E, à medida em que as frutas são mencionadas individualmente, as cores do ambiente mudam, pintando as paredes com a mesma cor daquela fruta. Simultaneamente, essências com os odores das respectivas frutas são propagadas no ambiente.

Para estimular o toque da criança na fruta, uma brincadeira para encontrá-las dentro da piscina de bolinhas é proposta. Conforme a cor que as bolinhas recebem, a criança deve buscar uma fruta diferente, o que estimula o seu toque nas frutas. Na sequência, a terapeuta desenha um bonequinho sobre a casca da fruta, corta-a em vários pedaços e pede para que Nicolas remonte a fruta. Desta forma, Nicolas é obrigado a tocar na fruta aberta.

“Ele ficou tão encantado com as brincadeiras naquele ambiente que provou a maçã já na terceira sessão”, diz Janaina. “Nesse dia, chorei de emoção. Ele não comia uma única fruta há mais de um ano e meio. Na sessão seguinte, ele comeu a maçã novamente. E provou o suco de laranja. O caldinho do abacaxi escorreu sobre sua mão. Ele o provou e disse à terapeuta que ele era gostoso”, conta a mãe, incrédula.

“Alcançamos todos esses resultados em poucas sessões. Trabalhar nesse tipo de sala, com a tecnologia que ela traz, é incrível. Nem estou acreditando na velocidade com que o Nicolas progrediu”, conta Janaina.

Estimulação precoce

Os parques multidisciplinares iUP6D foram desenvolvidos pela startup Neurobrinq. Partem do pressuposto da importância da estimulação precoce e permitem ganhos expressivos em desenvolvimento e autonomia das crianças em prazos muito mais curtos do que em processos e terapias tradicionais. Segundo a Behavior Innovations, uma entidade norte americana de referência na reabilitação de autistas, são necessárias entre 25 e 40 horas de terapias semanais para que as crianças possam alcançar a reabilitação. No entanto, crianças que vivenciam terapias multidisciplinares obtêm em poucas sessões o que anos de terapia convencional não atingem.

“Projetamos o iUP6D para transformar o espaço de terapia em um ambiente interativo, que reage de acordo com a programação e necessidade do terapeuta, oferecendo recursos tecnológicos simultâneos e contextualizados”, conta Gregston Marques, fundador e CEO da Neurobrinq. Esta abordagem, aos olhos de Janaina, tem dado certo. Ela conta que Nicolas fica totalmente absorto nas atividades. “Melhor ainda: fica ansioso para chegar o dia em que vai brincar naquela sala”, narra ela.

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Sobre os Parques Multidisciplinares iUP6D

Terapeutas e educadores contam em uma sala especial com recursos como simuladores de vento e chuva, difusores de essência olfativa, brinquedos para estimular o tato, a visão, a audição e o equilíbrio em movimento. O ambiente possui, ainda, colunas transparentes com bolhas iluminadas, piscina de bolinhas iluminadas, feixe de fibras ópticas terapêuticas, equipamento para emissão de bolhas de sabão, entre outros, bem como softwares de produção de filmes sensoriais e para testes cognitivos. Acionados por tablets e tecnologia IoT, os equipamentos dos Parques Multidisciplinares iUP6D são conectados a um servidor por meio de uma rede dedicada wi-fi.

Sobre a Neurobrinq

A Neurobrinq é uma startup brasileira que desenvolveu e fabrica os Parques Multidisciplinares iUP6D – ambientes voltados à educação e a terapias de reabilitação de crianças com transtorno de neurodesenvolvimento que reúnem diversas tecnologias de ponta para promover estímulos simultâneos. Criada em 2017, a Neurobrinq faturou em 2022 R$ 3,5 milhões.

A empresa foi incubada no Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL) e participou do programa Crowd_ Vale da Eletrônica. Forneceu até 2022 mais de 42 parques a APAES, prefeituras, ONGs, órgãos de saúde e educação em todo o Brasil. A empresa dispõe de um show room e um centro de capacitação em São Paulo (SP), uma fábrica em Nova Granada (SP). Possui, ainda, uma filial no mercado norte-americano, em Weston, Flórida.

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Para mais informações sobre a Neurobrinq:

[email protected]

Cel. (11) 96852-9623

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