No mês de junho, a inflação terminou o mês com alta de 0,67% tendo o seu acumulado de ao menos 11,89% nos últimos doze meses. Tendo isso em vista, o setor de prestação de serviços, inclusive de desentupidoras, está sendo um dos mais prejudicados. De acordo com a Martec, desentupidora localizada em São Paulo (SP), os preços dispararam em 2022 e as marcas lutam para não repassar esta variação para os seus consumidores finais.
O setor de commodities também vem sendo influenciado pela alta do IPCA, o petróleo, por exemplo, apresenta uma variação positiva de 55%. Apesar de estar elevado, ainda está menor que nos meses anteriores, quando houve o estouro da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que fez com que o preço do barril disparasse ao menos 110%.
O carvão e outras fontes de energia não renováveis também sofreram com esta variação, que chegou a mais de 104%. Tornando assim, as formas de produção energética mais caras, isso tudo porque os russos deixaram de exportar em escala mundial após sofrerem com as sanções impostas por Joe Biden.
A instabilidade nos preços das commodities começou após Putin, presidente Russo, determinar que invadiria a Ucrânia de modo a exigir que o país continuasse seguindo os contratos previstos e impostos por ambas as partes na década de 90, que determinava que nenhum dos países poderia integrar grupos militares. O presidente ucraniano vinha, há meses, tentando integrar a Otan, o que poderia colocar em xeque a segurança militar dos russos.
Segundo a Martec, além do setor de desentupidoras estar enfrentando a alta da inflação para a compra de seus produtos, a área de logística e transporte também terá negativas de caixa, visto que terminará o ano com inflação acima de 10% sem que seja repassada aos consumidores finais.
Juros podem voltar a cair e empresas serão menos prejudicadas com prévias do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) negativo em julho
O Click Petróleo e Gás publicou nesta quarta-feira, 27 de julho, que as previsões da inflação voltaram a cair e é estimado que a taxa de juros seja controlada no país. Atualmente, a Selic está por volta de 13,25% e garante que os investidores de renda fixa sejam um dos mais privilegiados, visto que conseguem investir tanto em renda fixa quanto fundos conservadores e Tesouro Direto a juros altos. Em agosto, a Selic pode saltar novamente para 13,75%.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) apresentou uma leve estagnação neste mês de julho, é o que dizem as prévias, que mostram queda de 0,13%. No entanto, é importante salientar que este valor ainda é insuficiente para impactar diretamente no bolso dos consumidores. Com a Selic voltando a cair, é estimado que os empréstimos e financiamentos fiquem mais em conta, sem contar que as empresas começarão a receber novos investimentos na bolsa de valores, visto que não será tão rentável aplicar o dinheiro em renda fixa.
Tatiana Nogueira, economista da XP, afirma que a queda da inflação para o mês de julho foi neutra e que não há como criar análises mais aprofundadas apenas ao se basear nesta informação. Ela ressalta que o índice de difusão permaneceu estável nos últimos meses, estando por volta de 0,68%.
Goldman Sachs estima que no mês de julho a inflação ficará negativa tendo em vista a redução dos impostos. O governo de Jair Bolsonaro aprovou um projeto que permitirá a redução dos tributos de ICMS pelos estados para que a escala federal repasse uma parte do seu valor de caixa.
Essa redução foi aprovada devido ao fato de que o governo precisava criar estratégias para controlar os preços, principalmente voltados para combustíveis. Em mais de vinte estados brasileiros, por exemplo, o valor da gasolina estava sendo cotado a mais de R$ 7, apesar disso, de acordo com uma matéria publicada pelo jornal CPG, pela jornalista Daiane de Souza, o estado de Santa Catarina passou a cobrar menos de R$ 6 após reduções tanto da Petrobras quanto do governo.
O que é a inflação?
A inflação determina o poder de compra dos consumidores, quanto mais elevada ela estiver, menos poder de compra os cidadãos possuem. Um exemplo claro disso é o saco de arroz, que, durante a pandemia, estava sendo negociado a mais de R$ 40, sendo que o seu preço médio era de R$ 10. Ou seja, com R$ 120 naquela época, os cidadãos poderiam comprar apenas 3 sacos enquanto em contextos sem crise econômica, poderiam comprar 12, com a mesma quantidade!