Danos e sequelas da Covid-19

Após mais de dois anos do primeiro caso de Covid-19 registrado, cientistas e médicos ainda continuam estudando as sequelas que o vírus deixa na pessoa. O pulmão está entre os orgãos que mais sofrem com os estragos da doença, mesmo após ela ter ido embora e parecer curada.

Para entender melhor sobre o assunto e quais são as possíveis sequelas que o coronavírus deixa para trás, continue lendo este conteúdo!

Danos e sequelas do coronavírus

Receber a notícia de que o paciente se curou da Covid-19 nem sempre pode significar que o paciente foi curado 100%. Para uma parte das pessoas que foram acometidas pela doença, principalmente em casos mais graves onde foi preciso internação, são maiores as chances do vírus deixar sequelas nos pulmões, cérebro, rins e coração.

Segundo a doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, apesar do vírus que causa a Covid-19, o SARS-CoV-2, afetar em especial os pulmões, há certas sequelas que podem surgir meados depois da recuperação.

E, vale notar que tais sequelas têm surgido até mesmo em pacientes que apresentaram um grau mais leve da doença. De acordo com o estudo feito pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, foi constatado que quatro entre dez crianças e adolescentes sofrem com o efeito prolongado do vírus nas 12 semanas seguintes.

Tal conclusão reforça a importância da vacinação para esse grupo, como uma medida preventiva, bem como fazer um acompanhamento dos infectados durante um período prolongado.

Sequelas da Covid-19 nos pulmões

Não é novidade que o alvo preferido do vírus é o pulmão, que leva um maior tempo para se recuperar. Após o vírus deixar o organismo, a inflamação ainda pode continuar por semanas ou meses, gerando impactos ao órgão.

Em casos mais específicos, a batalha travada na região deixa algumas cicatrizes, que são conhecidas como fibroses. Geralmente, essas cicatrizes são irreversíveis, ao menos para outras infecções respiratórias.

Pois, o coronavírus deflagra uma inflamação intensa nos alvéolos, estruturas responsáveis por fazer as trocas gasosas, e no interstício, uma espécie de rede que está entre o alvéolo e pequenos vasos sanguíneos (os capilares).

Embora não seja tão mencionado, ao comprometer o interstício, o paciente pode apresentar sequelas como insuficiência respiratória. Podendo acontecer em vários graus, apresentando sintomas como um leve cansaço, diminuição da resistência ao praticar exercícios físicos ou mudanças em exames de raio X do pulmão.

Por outro lado, quando o pulmão fica mais comprometido, o ideal é que o paciente faça tratamento de fisioterapia.

Sequelas mais frequentes nos casos graves de Covid-19

Antes de listar quais são os outros danos e sequelas que a Covid-19 pode deixar para trás, é importante considerar alguns pontos. Em primeiro lugar, é possível afirmar que as sequelas duradouras são mais comuns em pacientes que possuem versões severas da doenças e que desenvolveram a tempestade inflamatória.

Em linhas geral, tal tempestade é uma série de substâncias no organismo, cujo objetivo seria o de auxiliar na defesa contra o vírus. Porém, o excesso faz com que cause danos ao organismo.

Em segundo lugar, ainda não se sabe ao certo se os danos e consequências são, de fato, permanentes. O que nos leva a questão de que, grande parte das consequências que o novo coronavírus gera, incluindo as pulmonares, são parecidas com aquelas deixadas por outras mazelas respiratórias agressivas, como pneumonia.

Apesar de ter alguns sintomas que são mais frequentes após a infecção, como é o caso da dor muscular, fraqueza, cansaço excessivo, tosse ou perda de olfato/paladar, outros órgãos e sistemas também podem sofrer sequelas.

Inclusive, alguns já foram até mesmo descritos em estudos publicados em revistas científicas, que são os seguintes:

1. Sistema cardiovascular

Seja pela inflamação excessiva ou por um ataque direto do vírus, o peito também pode sofrer a longo prazo. Há vários relatos de insuficiência cardíaca pós-internação por Covid-19, o risco é maior quando o paciente já possui algum problema cardiovascular pré-existente.

Outros problemas são:

  • Inflamação na membrana que reveste o coração;
  • Inflamação do miocárdio;
  • Doença coronariana aguda;
  • Infarto ou aumento da coagulação do sangue.
  • Arritmia cardíaca.

2. Sistema respiratório

Como dito antes, o sistema respiratório é um dos mais afetados pelo novo coronavírus. As sequelas deixadas pelo vírus podem resultar no enrijecimento do pulmão, conhecida como fibrose pulmonar, que pode causar dor no pulmão, dificuldade para respirar ou má circulação sanguínea.

3. Sistema renal

Em relação aos rins, cerca de 40% dos pacientes que vão para a UTI, sofrem com insuficiência renal e precisam fazer hemodiálise durante a internação. Essa é uma das sequelas que pode acontecer, que é insuficiência renal aguda, caracterizada pela redução da função dos rins.

Na maioria das vezes, pode levar, no mínimo, três meses para o paciente conseguir se recuperar 100%.

4. Sistema neurológico

Outra sequela mais conhecida dessas infecções que geram longos períodos de internações são os danos neurológicos. Nessa lista se encaixa déficits de concentração, alterações de apetite, humor e outros.

De acordo com os estudos que já foram publicados sobre este assunto, por volta de um terço dos pacientes de casos mais graves apresentam um nível de comprometimento, mesmo após um mês em casa.

Entre os problemas, estão:

  • Dor de cabeça;
  • Perda do paladar e olfato;
  • Insônia;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • AVC;
  • Inflamação no cérebro;
  • Hemorragia cerebral;
  • Trombose venosa cerebral;
  • Delírio;
  • Confusão;
  • Convulsões;
  • Tontura;
  • Síndrome de Guillain-Barré;
  • Síndrome de Miller Fisher;
  • Doença de Parkinson.

5. Pele

A pele também apresenta algumas consequências, como:

  • Alopecia (perda de cabelo);
  • Formação de bolhas;
  • Coceira ou inchaço na pele.

6. Sistema gastrointestinal

As sequelas no sistema gastrointestinal se caracterizam por:

  • Refluxo gastroesofágico;
  • Náusea;
  • Perda do apetite;
  • Dor ou inchaço abdominal;
  • Fezes com sangue;
  • Diarreia.

7. Olhos

Nos olhos, é provável que as sequelas sejam:

  • Ceratoconjuntivite ou conjuntivite hemorrágica;
  • Conjuntivite;
  • Obstrução dos vasos sanguíneos da retina;
  • Vermelhidão da pálpebra;
  • Alteração das fibras nervosas da córnea;
  • Inflamação do nervo óptico.

8. Sistema endócrino

Por fim, o sistema endócrino pode apresentar os seguintes problemas:

  • Aumento da resistência à insulina;
  • Inflamação na tireoide;
  • Desenvolvimento de diabetes tipo 1.
  • Hiperglicemia em pessoas diabéticas.

Conclusão

Agora você já sabe quais são as principais sequelas que o vírus pode deixar em uma pessoa que se infectou. Por isso é essencial manter a proteção e vacinação, para evitar que os riscos de contaminação sejam maiores. E caso tenha gostado do conteúdo, não esqueça de compartilhar com os amigos!

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