Poder contar com regras e normatizações é essencial em um campo tão complexo e extenso como o da saúde, para que o comportamento profissional seja preciso e uniforme em qualquer lugar do mundo.
Por isso, existe a classificação CID, que inclui algumas mudanças significativas para os próximos anos. Confira no conteúdo que preparamos, para você entender melhor sobre assunto!
O que é a CID?

A Classificação Internacional de Doenças (CID), é uma tradução da CID original em inglês, que são as iniciais de International Classification of Diseases. Na realidade, esta é uma tabela publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o intuito central de controlar doenças e enfermidades.
Hoje em dia, a CID é uma das ferramentas epidemiológicas mais importantes no dia a dia dos médicos em todos os países, inclusive no Brasil. Além de suas outras atribuições, a CID acompanha a incidência e prevalência de doenças, fornecendo um panorama abrangente da situação em diversos países e entre suas populações.
Segundo o site oficial da OMS, o documento atualmente disponível é uma espécie de pré-visualização da situação da saúde pública que permitirá aos governos e organizações médicas planejar seu uso, preparar suas traduções e treinar seus profissionais de saúde para usar a CID -11, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2022.
O Ministério da Saúde coordena tradução do novo Código Internacional de Doenças para a Língua Portuguesa

O projeto de tradução da CID-11 para o português está sendo supervisionado pelo Ministério da Saúde junto com a Câmara Técnica Assessora para Gestão da Família de Classificações Internacionais e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A ação inclui fases de revisão e validação por especialistas na área de classificações com ajuda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com conclusão prevista para dezembro de 2022.
Quando passará a usar a CID-11?
Segundo o Ministério da Saúde, o período de mudança da CID-10 para a CID-11, incluindo o uso de classificação para coletar os dados, envolve a definição do cronograma e das ações estratégicas necessárias para essa transição.
Segundo estimativas da OMS, o tempo de transição deve ser entre dois e três anos. Com isso, prevê-se que a CID-11 seja utilizado nos sistemas de informação de vigilância a partir de 1º de janeiro de 2025.
O curso online “CID – 11 tool”, que foi desenvolvido pelo Comitê de Educação e Implementação da Família Internacional de Classificações da OMS, está disponível no site da OPAS, tanto em inglês quanto em espanhol.
O curso em português está sendo traduzido e em breve estará disponível na plataforma. A CID-11 foi adotada na 72ª Assembleia Mundial da Saúde em 2019 e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2022.
A base central para registros de saúde, estatísticas de doenças e declarações de óbito para centros de atenção primária, secundária e terciária são termos clínicos codificados usando CID.
Essas estatísticas e dados fornecem suporte para sistemas de pagamento, planejamento de serviços, controle de qualidade e gestão de segurança, além de estudos e pesquisas referentes aos serviços de saúde e exames.
A orientação diagnóstica relacionada às categorias CID também regula a coleta de dados e possibilita a pesquisa em maior escala.
Novidades da CID-11

A CID-10 foi introduzida em maio de 1990. Com base no site das Nações Unidas, a CID-11 reflete as mudanças e avanços na medicina e tecnologia que ocorreram de lá para cá.
Para tornar mais fácil e eficaz para o profissional registrar problemas, ferramentas eletrônicas e estruturas de codificação foram simplificadas. A nova classificação contém 55 mil códigos exclusivos para doenças, lesões e causas de óbito, em comparação com 14.400 na CID-10.
Confira logo abaixo algumas das principais mudanças!
1. Gaming disorder
Uma das maiores mudanças é a inclusão do distúrbio em games, que já foi anunciado no início do ano. Segundo a OMS, a desordem é um “padrão de comportamento persistente ou recorrente”.
Ele é grave o suficiente para prejudicar a área pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outro.
2. Estresse pós-traumático
Outra mudança significativa é a redução e simplificação dos termos usados para diagnosticar o transtorno de estresse pós-traumático, para facilitar o diagnóstico.
3. Resistência antimicrobiana
Os códigos com relação à resistência antimicrobiana estão mais alinhados com o sistema de vigilância global, possibilitando mapear a resistência com mais precisão em todo o mundo.
4. Saúde sexual
A CID-11 inclui novos capítulos, como o de saúde sexual, que abrange condições antes classificadas de forma desatualizada. Como a incongruência de gênero, que antes era classificada como questão de saúde mental.
5. Síndrome de burnout
A síndrome de burnout é outra doença nova da CID-11 que tem se tornado mais prevalente na vida moderna devido ao trabalho em excesso. Ela não se enquadra na seção sobre transtornos mentais pois, segundo a OMS, a causa do burnout é o estresse crônico causado pelo ambiente de trabalho.
Os principais sintomas são:
- Pessimismo;
- Falta de energia;
- Aumento da distância mental do serviço.
- Redução e produtividade.
6. Autismo
A CID-11 torna mais fácil o diagnóstico do autismo e previne erros frequentes ao reunir todos os traços que compõem esse espectro, como:
- Autismo infantil;
- Síndrome de Rett;
- Transtorno desintegrativo da infância;
- Síndrome de Aspenger;
- Transtorno com hipercinesia.
E classificando-os sob apenas um código, o TEA (Transtorno do Espectro Autismo). Sendo assim, os subgrupos têm relação aos efeitos na linguagem funcional ou na capacidade intelectual, o que torna mais simples o diagnóstico.
7. Documento 100% eletrônico
Por fim, a CID-11 está em desenvolvimento por mais de dez anos e, pela primeira vez, é totalmente eletrônico e conta com um modelo bem simples de usar.
Conclusão

Agora que você já sabe mais informações sobre a CID-11, não deixe de compartilhar este conteúdo com os seus amigos que também possam ter interesse em entender mais sobre esse tema tão importante para a área da saúde!