Burnout e as mulheres

Mães com empregos remunerados têm 23% mais chances de sofrer exaustão extrema do que pais empregados: “tripa carga de trabalho das mulheres é um dos fatores de risco”, diz Dr. Marcelo Demarzo

Em 2020, Maria (nome fictício) se viu em meio à uma crise de Burnout que a levou a uma depressão profunda em setembro, quando a pressão do trabalho se somou à separação em seu casamento. “Tive um problema e saúde mental, espiritual e no meu corpo físico que nunca achei que teria na vida”, diz ela, que mora no Rio de Janeiro e é adepta de esportes e de práticas como yoga, além de adotar hábitos saudáveis em alimentação. “Foi muito cruel e, aos poucos, fui me vendo escolher um tijolo a cada dia. Ou seja, escolhendo entre o que nutre e o que esgota. Foi aí que entrei no meu processo de refazimento – e não de cura. Ainda não me sinto curada”, diz.

Esgotada do trabalho e distanciada de seu casamento, se viu sozinha, em casa, com a criação dos filhos. Maria é uma das mulheres brasileiras que “perdeu o chão” nesta situação que se agravou em meio à pandemia.

Dados que olham para o Burnout em mulheres são preocupantes: pesquisa do LinkedIn com quase 5 mil americanos diz que 74% das mulheres disseram que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho (no caso de homens, esse número cai para 61%). Outra análise, da consultoria Great Place to Work e da startup de saúde Maven, observou que mães com empregos remunerados têm 23% mais chances de sofrer de burnout que pais empregados. Também nos Estados Unidos, mais de 2,3 milhões de mães que trabalham foram sofrem de esgotamento profissional.

E há outros estudos: Nancy Beauregard, professora da Universidade de Montreal, declara que a COVID-19 aumentou as desigualdades. Brian Kropp, chefe de estudos em recursos humanos da Gartner, concorda com ela e diz que a COVID-19 claramente teve impacto negativo em mulheres, uma vez que foram forçadas a reformular suas rotinas de vida e trabalho.

O tema, que já ganhou espaço e vem sendo largamente estudado em todo o mundo, também chama a atenção no Brasil.

Para o Dr. Marcelo Demarzo, médico formado pela USP e Pós-doutorado em Mindfulness pela Universidad de Zaragoza, fundador do Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – Mente Aberta e Professor da UNIFESP, “o que causa o Bournot é o estresse crônico. E, ainda que o risco exista para todos, no caso das mulheres, a tripla carga de trabalho é um dos principais motivadores da síndrome”, diz, referindo-se a mulheres que, além do trabalho externo, são responsáveis pelos com a casa e filhos.

Confira a entrevista em áudio aqui.

Sobre o Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – Mente Aberta

Criado em 2011, o Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – Mente Aberta é uma unidade de extensão acadêmica e um centro de pesquisa, treinamento, certificação e disseminação de conteúdos sobre Mindfulness ligada ao Departamento de Medicina Preventiva da Escola de Medicina da UNIFESP.

Posicionado na vanguarda das pesquisas e treinamentos de Mindfulness no Brasil e na América Latina, o Centro Mente Aberta foi fundado e é coordenado pelo Dr. Marcelo Demarzo, médico formado pela USP e pós-doutorado pela Universidad de Zaragoza (Espanha), responsável por criar e disseminar o primeiro protocolo científico de Mindfulness desenvolvido no Brasil, adaptado à cultura e necessidades dos brasileiros.

Além do trabalho de pesquisa e de iniciativas sociais como treinamentos gratuitos em Mindfulness para público em geral, no SUS e/ou para organizações estatais de Educação e Segurança Pública, têm o objetivo de promover mudanças de comportamento, promoção da saúde e qualidade de vida a partir de conteúdos e treinamentos em Mindfulness.

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